22 de fevereiro de 2010

Dica de Sambista!!!




Este nós indicamos!




VOCÊ VAI SE QUISER



Conhecido popularmente como o Samba da Roosevelt, ou carinhosamente como o Bar da Graça, o      Você Vai Se Quiser é representante do legítimo samba de raiz, ali você encontra o melhor do samba de São Paulo
A casa, que fica na rua sem saída na lateral da praça, para quem desde a Rua da Consolação, o que dá a ele um clima de fundo de quintal.

Mesas e cadeiras de ferro típicas dos botecos de bairro se misturam na calçada e num pedacinho da rua, cercadas por grades moveis também de ferro.

Do lado de fora, dá para ouvir perfeitamente o som ao vivo da roda de samba, que vaza pelas aberturas estratégicas nas paredes, que formam uma espécie de “janelões” que nos remetem imediatamente aos antigos terreiros de samba, nas casas das tias do samba.

Numa das paredes encontramos um grande painel com uma linda roda de samba composta por caricaturas da velha guarda do samba, como Adoniran Barbosa, Ismael Silva, Candeia, João Nogueira e Pixinguinha. Fotos de encontros dos grandes nomes do samba que aconteceram naquele espaço, emolduradas em preto-e branco acrescentam a nostalgia ao ambiente. A decoração realmente nos leva a uma viagen ao passado.

O público é o mais variado possível. Casais com crianças, grupos de amigos de todas as idades, vovôs e vovós, gringos, a velha gurada do samba!

Muito comum também encontrar por lá personalidades ligadas ao samba, cantores, compositores e interpretes
Os menos tímidos arriscam passos lá dentro, perto da roda.
Os mais ousados mostram como dançar o bom samba, seja na gafieira, no samba rock ou no bom e velho sambão
Outros preferem,ou só conseguem, apreciar de longe marcando o samba na palma da mão

A casa abre as sextas a partir das 19hs para happy hour, com deliciosas porções e o tradicional macarrão dos músicos, e a roda de samba começa às 20hs sob o comando de Nino Miau e Bruno Parada e um time de batuqueiros de dar inveja a qualquer casa de samba, a roda é solta e descontraída, trazendo ao ambiente a alegria das velhas rodas de samba que varavam as noites paulistas até o sol nascer


Aos sábados a casa abre às 14h com a tradicional feijoada, para acompanhar, cerveja Bohemia, Original ou Brahma de garrafa. Tudo a preço muito justo.
Recomendamos também a caipirinha de saque com abacaxi, uma das mais deliciosas bebidas que já provamos

As 16hs os músicos começam a esquentar os instrumentos e o samba é aberto por Tito Amorim, um jovem cantor e compositor que traz em seu repertório homenagens a Roberto Ribeiro, João Nogueira e Cartola e composições próprias como Negro Guerreiro, não sai do bar sem escutar esta musica....

Tito divide o palco com grandes nomes do samba paulista que são convidados para pequenos shows e com a grande Graça Braga que comanda a casa com pulso forte e muito amor ao samba, o samba termina às   21 h com caldinho de feijão grátis para todos os presentes



O bar conta ainda com eventos esporádicos como as Rodas de Samba que acontecem as quintas feiras, quintas especiais, em que convidados como Quinteto em Branco e Preto, ou Grupo Candeeiro realizam tributos a grandes nomes do samba como João Nogueira ou Luiz Carlos da Vila



E em fevereiro você ainda pode se divertir com o tradicional Bloco “Você Vai se Quiser” que tem concentração por volta das 14hs no próprio bar e dá a volta no centro antigo da cidade com direito a muita animação, alegria e alas especiais como a das Gracetes, lindas garotas que formam o Fã Clube oficial da cantora Graça Braga... Fevereiro sem o Bloco não é Fevereiro!!!

                                


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Nessa Ratti

Você Vai se Quiser
R:João Gumarães Rosa 241,
Praça Roosevelt - Consolcação
F:3129-4550
Sexta 8,00
Sabado 18,00

2 de fevereiro de 2010

Um ano de Histórias


Há exatamente um ano nascia o Historias do Meu Samba, sob as bênçãos de Iemanjá e unidas pelo amor ao samba postamos nosso primeiro texto, e assim veio o segundo o terceiro, gostamos da brincadeira, ganhamos seguidores, entramos nas redes sociais, fizemos amigos, ganhamos credibilidade, a brincadeira virou coisa séria e hoje estamos aqui para comemorar e agradecer

Queremos agradecer a todos os seguidores, amigos e parceiros que nos apoiaram até aqui, aos sambistas que abraçaram a nossa idéia e tanto nos ensinam , ajudam a divulgar, nos convidam para conhecer o melhor do samba paulista e acima de tudo respeitam muito nosso trabalho

Mas não seriamos justas se não agradecêssemos  algumas pessoas que fizeram a diferença este ano no Histórias do Meu Samba e conseqüentemente em nossas vidas:

Nino Miau, a quem carinhosamente chamamos de padrinho, Obrigada pelo amor e respeito que tem por nós e por nos ensinar tanto; você é uma referencia para nós

Luiz Ramos do grupo Boca da Noite, para nós o Luizinho, simplesmente Lú,Obrigada pelo incentivo, quase diário e por nos ajudar a acreditar que seria possível

Bruno Parada, Obrigada pela força, por divulgar, acreditar, nos indicar caminhos e cantar Ogum tão lindamente, nos fazendo renovar as forças

Tito Longo, Obrigada por nos ensinar o respeito ao samba, por nos mostrar que mesmo no meio de uma feira o samba pode brilhar e fazer a alegria do povo

Araceli, Obrigada por nos ensinar que o sambista toca a alma da gente por que fala com o coração... E por abrir as portas de sua casa para participarmos das melhores e mais gostosas rodas de samba, as feitas por amigos!

Graça Braga, Obrigada por ser fonte de inspiração e de nos receber tão bem e com tanto amor em sua casa, nossa segunda casa

Marisa Santana, nossa Pretinha. Obrigada por acreditar, incentivar, ser a primeira seguidora, colocar o primeiro comentário

Pedro, pra nós Pedrão Obrigada por mesmo sem gostar de samba, nos dar tanta força, incentivar, confiar em nosso trabalho para escrever a Dona do Samba e acima de tudo por ter se rendido ao samba.... você será sempre muito bem vindo e ainda vai aprender a dançar

Amigos, difícil não sermos injustas e não esquecer ninguém, mas falarei alguns para representar a todos vocês que nos incentivam e acompanham, Naty, Jana, Silvio, Thiago, Conrado, Marcão, Didi, Karen, Ana Elisa, Mick amigos da vida para o samba e alguns do samba para a vida toda, Valeu por Vocês Existirem!!!

E neste período a família cresceu;
Hoje temos dois parceiros que sem eles o Historias do Meu Samba existiria, mas seria muito menos feliz e muito menos ousado

Sergio Cordeiro, nosso Serginho, responsável por nos fazer acreditar que nós podíamos sim escrever um livro, e por muitas das mudanças que vocês verão em breve e Nicole, nossa queria e alegre Nicoleta que vive o samba e suas histórias intensamente, dividindo conosco suas alegrias e tristezas, sendo presença confirmada em todos os nossos eventos. Obrigada por colaborarem tanto com o blog e fazerem nossa vida mais feliz!

Acima de tudo queremos agradecer a todos os nossos leitores pois sem vocês o Histórias do meu Samba não seria nada!

Um grande Beijo

Nessa Ratti

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1 de fevereiro de 2010

Em Fevereiro, tem Carnaval.

O calendário marcava o mês de Fevereiro; o ano, 2007. Mês do Carnaval. Carnaval para mim era apenas o que separava minha rotina de estudo de pré-vestibulanda dos meus últimos dias de descanso na vida. Não sabia o que era escola de samba e nem dava atenção ao desfile que passava incessantemente durante todos os dias na televisão.

Junto com o cursinho, tive a honra de fazer amizade com uma pessoa que me tirou do meu mundinho limitado para sempre. No meu tão ignorado mês do Carnaval e após ouvir dezenas de histórias dessa minha amiga sobre o famoso samba que ela freqüentava, resolvi conhecer também e tirar a visão que eu tinha de samba: um bando de velhos tocando em caixas de fósforo ou um grupinho de pessoas mal vestidas dançando em coreografia brega com passos idênticos.

Era um sábado ensolarado. O dia era propício para uma alegria sem tamanho que estava por vir. Ali na esquina dos sonhos com a razão, como disse Marisa Monte. Ali viria se tornar o meu cantinho escondido, meu refúgio, meu porto seguro: no coração de São Paulo. Ali, bem perto da esquina da Ipiranga com a São João.

Ao virar a Consolação com a rua João Guimarães Rosa, já senti uma alegria sem tamanho. Ao caminhar até a entrada, pude ter uma visão geral do lugar: mesas na rua, parte da calçada tomada pelo bar e um cantar energizante. Entrei decidida a encarar o samba como jamais tivesse tentado entender.

O bar era tomado por famílias estruturadas, crianças, adultos, solteiros, casados, avôs e avós. Pessoas de todas as idades prestigiavam ali, naquela tarde ensolarada de Fevereiro mês do Carnaval, os batuques e o cantar dos sambistas. Estremeci quando entrei. Não conhecia nenhuma música, mas era algo que vinha de dentro que quase me fazia sair sambando ali mesmo.

Ao longo da noite, todas as músicas já haviam se tornado trilhas sonoras da minha vida. Guardava cada estrofe na memória para no dia seguinte procurar e aprender a cantar. O mais incrível eram as pessoas. Desconhecidas, que de uma hora para outra tornavam-se melhores amigos, confidentes, psicólogos.

Ao final da noite, ao ouvir ao som de Graça Braga "Vou Festejar" fui atingida por um tiro certeiro que apenas me dizia uma coisa: eu precisava voltar àquele samba. E assim foram outros sábados, meses, anos. Eu diria que o samba da Roosevelt é bem mais do que contagiante. É energia inexplicável que nos toca e nos acende a cada vez que ouvimos um cantar, um choro ou uma batucada. Na verdade, isso acontece em qualquer samba. Sambista toca com o coração. Carrega sua vida em sua música. Mas é bem mais do que energia. É o que nos dá forças para a vida. É o toque que nos alegra para a semana. É o porto-srguro; o lavar a alma; o encontro das amigas; o afogar das frustrações dos amores perdidos e situações casuais. Foi a partir do ano de 2007, que meu Fevereiro sempre foi de Carnaval...


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Nuria Aluz