27 de outubro de 2009
22 de outubro de 2009
Um Sambista para vida toda
Toda mulher sonha com o parceiro ideal!
E nós sambistas não somos diferentes. Fortes e guerreiras, gostamos de boa música, adoramos o sereno, fazemos parte das rodas de samba, bebemos como gente grande, mas também somos românticas, manhosas e queremos encontrar um sambista para vida toda, rs.
Os malandros são os que chamam a atenção logo no primeiro momento, com sua ginga e chamego conseguem balançar nossas pernas e nos causar arrepios, mas é tudo muito efêmero com eles. O pior é que quanto mais malandro maior a possibilidade de nos apaixonarmos por ele...
Mas independentes de serem malandros ou sambistas natos queremos sim homens que sejam companheiros, cúmplices, amigos, carinhosos e que nos respeitem. Aliás, respeitar é o verbo que deve reger todos os relacionamentos. Portanto, você que quer ter uma mulher ao seu lado, a respeite, se respeite e claro, respeite o Samba! O desrespeito à mulher, fonte maior de inspiração do samba e força maior de todos os terreiros, é simplesmente coisa de Zé Ruela.
Resumindo: tem que gostar de Samba! Os malandros têm grandes chances, mas podem se dar muito mal se exagerarem na malandragem e esquecerem o respeito. Se nos respeitarem e tocarem, melhor ainda; se nos respeitarem, tocarem e cantarem, este é o cara pra casar!
Mas é tão difícil saber se encontramos o sambista certo.
Experimentamos, saímos, ficamos sem compromisso, anunciamos ao mundo que não acreditamos mais no amor e que realmente não nascemos para isso, deixamos claro que nossa única paixão é o samba então em uma roda qualquer onde fomos lavar a alma, ou apenas apreciar uma boa música, lá está ele, te olhando quietinho na roda tocando seu cavaco, com um sorriso que só ele tem, uma felicidade digna de uma criança transborda dos olhos dele a cada música tocada ou cantada, e você ali observa tudo, o admira, mas fiel e convicta de que a solidão é seu caminho não dá muita importância.
Ao término da roda, você está com as amigas e nem se lembra mais daquele sambista incrível que você admirou há minutos atrás, mas ele que parecia em transe com a música e que nem reparou que estava sendo observado, se lembrou de você, e está ali do seu lado, sorrindo e brincando como se te conhecesse há anos. As amigas cúmplices daquela maldita energia amorosa somem quase que por encanto e ainda são capazes de pedir para que ele cuide de você!
Começou o processo de envolvimento...
Sorrisos e brincadeiras, os telefones são trocados e claro na hora de se despedir um clima de beijar ou não beijar e o beijo roubado por ele... Vamos ser honestas, foi na verdade desejado e oferecido por você.
Pronto, você já tem um sambista apaixonante na sua vida. A partir daí as histórias não mudam muito, telefonemas, encontros depois da roda de samba, a saudade crescendo a cada dia, seu mundo sendo invadido por felicidade. Geralmente os sambistas são muito sinceros cometem verdadeiros sinsericídios, o que nos quebra e faz sermos mais pacientes com eles, afinal ele errou e contou. Tudo parece música em nossas vidas, até as pisadas de bola deles acabam nos divertindo. Porém tanta verdade uma hora pode causar uma reviravolta nesse conto de fadas, e numa noite qualquer depois de uma roda de samba sensacional ele te conta que encontrou a ex e esta mexido, ou que ficou com uma fã mas que não teve importância, ou pior ainda que a mãe do filho dele que nunca mais olhou para cara dele apareceu e precisa de ajuda.
Seu mundo cai! E você pela primeira vez pensa:
Porque ele não mentiu pra mim? Porque não me enganou?
Como lidar com tanta honestidade, num território onde vale tudo: o Amor. Mas os sambistas são assim, falam a verdade. Ai fica minha pergunta:
Porque falam a verdade?
Para deixar a responsabilidade nas nossas mãos? Não, eles são donos de suas próprias vidas não precisam disto.
Porque são bonzinhos? Nunca! São sangue bom sim, mas são Malandros assumidos também.
Às vezes penso que contam pois faz parte da vida de cada sambista, pois só com este choque emocional, este sofrimento causado por eles podem surgir as letras incríveis que são eternizadas na voz de grandes intérpretes.
Nós que nem podíamos pensar em ver esse amor terminar temos que encarar a parada de frente. Mas já falei somos guerreiras, filhas de Iansã, de Iemanjá, da Oxum, temos a Moça Bonita a nos proteger.
Uma Iansã não perde seu Ogum a não ser que encontre seu Xangô, corremos para o candomblé, pedimos proteção, batemos cabeça, firmamos ponto, mas sem feitiço, sem nome na macumba, algumas colocam, mas acabam como no samba Feitiço da Judite chorando porque o feitiço acabou. O sambista pra vida toda não precisa disto, ele vem sozinho, ele quer tanto quanto nós.
A partir daí cada história tem um final, Nós sempre torcemos pelo “Foram Felizes Para Sempre”, mas até chegar lá muitas rodas de samba serão palco de brigas, lágrimas, reconciliações, olhares que se cruzam entre uma música e outra, mais olhares com olhos de promessas, sorrisos que negam os olhares de promessas, os beijos de amor são trocados por carinhosos e quentes, beijos de “amizade” e eles que eram presentes em nossas vidas somem, reaparecem, são capazes de na maior cara de pau ao reaparecer cantar "Algemas" pra você como se a dor que estivéssemos sentindo não fosse causada por ele mesmo. Sem dizer nos telefonemas que invertem a situação e dizem que você sumiu! Sambista safado! A gente até pára pra pensar se realmente magoada não se afastou mesmo...
O pior de tudo não é perder nosso sambista, o pior é que se o Samba é Nosso, é o nosso terreiro, e Ele toca no Nosso Samba, é inevitável o reencontro. Estamos tristes e abatidas e a única salvação é lavar a alma no samba, mas vamos lavar a alma com ele cantando ou tocando ou pelo menos sambando do nosso lado... Dai cabe ao destino fazer com que este reencontro aproxime e apague a dor vivida, ou aumente a dor e o distanciamento. Mas uma regra é clara: nem eles nem nós abandonamos o samba!
Eles são casados com o samba e têm como amantes oficiais a música, isso é fato!
Mas é fato também que se você realmente encontrou o seu sambista pra casar, não tem roda de samba, show importante, vida atribulada, ex namorada, filho, ou invasão de alienígenas que impeçam vocês dois de ficar juntos, e se Ele, o seu sambista, usar qualquer uma destas desculpas, não fique de bobeira, não pague pra ver, dá linha malandra que este malandro não é o seu...
***
Nessa Ratti e Pamela Addolorata
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1 de outubro de 2009
Vou continuar sambando sim, Senhor!
Eu, sambista assumida de corpo e alma, que tenho Ogum como meu protetor e Iansã para guiar meus caminhos, me aventurei pelo mundo do rock nos últimos meses!
Gosto de boa música, de bons músicos e claro, o universo do rock realmente nos oferece isto de bom grado. Claro que assim como no samba, que nem tudo que faz o cavaco chorar é samba e pode ser um “pagodinho” ui, no rock nem tudo que faz a guitarra vibrar é rock e pode ser um “emozinho” ui. Nada contra o Skank ou o Jota Quest, mas que fique claro que estou falando de Led Zeppelin, Queen, Guns e Scorpions. Claro sem esquecer Pink Floyd, Ramones e os nacionais como Paralamas, Barão e Legião.
Descobri universos muito diferentes, mas cheios de semelhanças!
Onde os seguidores são muitos, mas os conhecedores são poucos. De gosto musical apurado os rockeiros fiéis têm em sua maioria mais de 30 e reúnem-se de maneira discreta, em locais aconchegantes, onde o bom rock pode ser apreciado regado a muita tequila e whisky 18 anos, bem diferente do samba onde tudo acaba em chopp, cerveja e caipirinha e que qualquer mesa de bar, quebrada da comunidade, garagem ou grande casa de show podem dar início a uma boa roda de samba!
Os apreciadores então, difícil definir: das crianças aos velhos, o samba corre nas veias e os grandes mestres do samba morrem velhinhos pedindo ao sambista mais novo que não deixem o samba morrer, enquanto os grandes nomes do rock morreram de maneira trágica, de overdose ou pararam no auge de suas carreiras com um super cd de encerramento edição limitada para poucos colecionadores comprarem e com isso viraram lendas vivas. (Pasmem: paga-se milhões por um desses cds)
Outro ponto muito interessante de se avaliar/apreciar são as mulheres! Lindas em sua essência, belas cada qual a sua forma, as rockeiras mostram a maturidade da idade e as marcas do tempo na pele muitas vezes maltratadas pelo álcool, cigarro e noitadas. As mais jovens carregam na maquilagem para parecer mais velhas. Olhos! Os olhos sempre pintados de preto trazem a intensidade de muito sentimento e são o espelho da alma dessas mulheres fortes e piradas que dançam quase que em transe diante das bandas, balançando longos cabelos (em sua maioria negros ou ruivos) e de maneira sensual entram na viagem musical dos bateristas e baixistas que neste momento sequer percebem que em sua frente existe uma bela mulher que fora levada quase que ao transe por sua música.
Já no samba a mulher é a fonte de inspiração máxima. Lindas e muito bem tratadas, as mulatas capricham no visual se entregam a roda de samba sabendo que estão ali para inspirar cada músico e cada nota musical. Na grande maioria louras e negras, dominam o samba e os sambistas. Nada acontece sem elas: mulheres fortes e guerreiras, donas de casa e esposas devotadas viram princesas, são coroadas rainhas no terreiro onde rola o Seu samba!
Diferenças à parte, não há como negar que estes são os únicos gêneros musicais que resistem ao tempo e perduram como cultura, respeitando a música em sua integralidade, fazendo com que seus verdadeiros apreciadores tenham bagagem musical, entendam a história das composições e que acima de tudo entendam de música. Claro que toda regra tem sua excessão. Pois assim como no samba, temos os manés que vão ao samba sem saber a diferença entre o grupo Pixote e Monarco, temos também no rock os babacas que vão a um concerto sem saber a diferença entre KLB e Queen. Mas os rockeiros de verdade esses sim conhecem a boa banda pela afinação do baixo ou pela forma que o baterista marca suas batidas, músicos que tem prazer em ouvir um bom clássico e respeitam a banda que toca na noite, por prazer ou como ganha pão assim como os malandros e boêmios respeitam os sambistas, que fazem a diferença em cada acorde do banjo, do cavaco e do violão.
O rock, com clássica e notória influência americana, foi difundido no Brasil na década de 40 por Nora Ney e, acreditem, o primeiro rock gravado no Brasil foi 'Rock and Roll' em Copacabana de Cauby Peixoto! É surpreendente estudar a cultura e a história de um gênero musical. Por este exemplo nem preciso dizer o quanto o rock passou por transformações e influências diversas. Os americanos foram de Elvis a Michael Jackson e nós rockeiros tupiniquins saímos de Cauby Peixoto e chegamos a Ratos de Porão, passando por Cazuza e Barão!
Já o tradicional samba dos escravos teve sua primeira versão brasileira gravada em 1916 por Donga e Mauro de Almeida, 'Pelo telefone', marcando o início do mercado fonográfico do gênero, passando por Cartola, Assis Valente, e chegando a Arlindo Cruz, Almir Guineto, entre tantos outros grandes mestres do samba!
Universos tão distantes com particularidades tão semelhantes, que tem como principal objetivo manter a história de um povo, traduzindo sentimentos e marcando épocas, mas acima de tudo, trazendo felicidade e unindo pessoas em prol de um objetivo único: a alegria. Alegria esta presente em cada acorde, cada letra, cada refrão, independente do gênero musical, sem ser tendenciosa, mas já o sendo após esta rápida porém muito produtiva e agradável passagem ao mundo do rock. Posso falar com toda certeza que para mim nada se compara ao Meu Samba! Nasci sambista e como sambista mais nova faço minha parte não deixando o samba morrer, não deixando o samba acabar e tendo certeza que ainda tenho muito para sambar!
***
Nessa Ratti
Gosto de boa música, de bons músicos e claro, o universo do rock realmente nos oferece isto de bom grado. Claro que assim como no samba, que nem tudo que faz o cavaco chorar é samba e pode ser um “pagodinho” ui, no rock nem tudo que faz a guitarra vibrar é rock e pode ser um “emozinho” ui. Nada contra o Skank ou o Jota Quest, mas que fique claro que estou falando de Led Zeppelin, Queen, Guns e Scorpions. Claro sem esquecer Pink Floyd, Ramones e os nacionais como Paralamas, Barão e Legião.
Descobri universos muito diferentes, mas cheios de semelhanças!
Onde os seguidores são muitos, mas os conhecedores são poucos. De gosto musical apurado os rockeiros fiéis têm em sua maioria mais de 30 e reúnem-se de maneira discreta, em locais aconchegantes, onde o bom rock pode ser apreciado regado a muita tequila e whisky 18 anos, bem diferente do samba onde tudo acaba em chopp, cerveja e caipirinha e que qualquer mesa de bar, quebrada da comunidade, garagem ou grande casa de show podem dar início a uma boa roda de samba!
Os apreciadores então, difícil definir: das crianças aos velhos, o samba corre nas veias e os grandes mestres do samba morrem velhinhos pedindo ao sambista mais novo que não deixem o samba morrer, enquanto os grandes nomes do rock morreram de maneira trágica, de overdose ou pararam no auge de suas carreiras com um super cd de encerramento edição limitada para poucos colecionadores comprarem e com isso viraram lendas vivas. (Pasmem: paga-se milhões por um desses cds)
Outro ponto muito interessante de se avaliar/apreciar são as mulheres! Lindas em sua essência, belas cada qual a sua forma, as rockeiras mostram a maturidade da idade e as marcas do tempo na pele muitas vezes maltratadas pelo álcool, cigarro e noitadas. As mais jovens carregam na maquilagem para parecer mais velhas. Olhos! Os olhos sempre pintados de preto trazem a intensidade de muito sentimento e são o espelho da alma dessas mulheres fortes e piradas que dançam quase que em transe diante das bandas, balançando longos cabelos (em sua maioria negros ou ruivos) e de maneira sensual entram na viagem musical dos bateristas e baixistas que neste momento sequer percebem que em sua frente existe uma bela mulher que fora levada quase que ao transe por sua música.
Já no samba a mulher é a fonte de inspiração máxima. Lindas e muito bem tratadas, as mulatas capricham no visual se entregam a roda de samba sabendo que estão ali para inspirar cada músico e cada nota musical. Na grande maioria louras e negras, dominam o samba e os sambistas. Nada acontece sem elas: mulheres fortes e guerreiras, donas de casa e esposas devotadas viram princesas, são coroadas rainhas no terreiro onde rola o Seu samba!
Diferenças à parte, não há como negar que estes são os únicos gêneros musicais que resistem ao tempo e perduram como cultura, respeitando a música em sua integralidade, fazendo com que seus verdadeiros apreciadores tenham bagagem musical, entendam a história das composições e que acima de tudo entendam de música. Claro que toda regra tem sua excessão. Pois assim como no samba, temos os manés que vão ao samba sem saber a diferença entre o grupo Pixote e Monarco, temos também no rock os babacas que vão a um concerto sem saber a diferença entre KLB e Queen. Mas os rockeiros de verdade esses sim conhecem a boa banda pela afinação do baixo ou pela forma que o baterista marca suas batidas, músicos que tem prazer em ouvir um bom clássico e respeitam a banda que toca na noite, por prazer ou como ganha pão assim como os malandros e boêmios respeitam os sambistas, que fazem a diferença em cada acorde do banjo, do cavaco e do violão.
O rock, com clássica e notória influência americana, foi difundido no Brasil na década de 40 por Nora Ney e, acreditem, o primeiro rock gravado no Brasil foi 'Rock and Roll' em Copacabana de Cauby Peixoto! É surpreendente estudar a cultura e a história de um gênero musical. Por este exemplo nem preciso dizer o quanto o rock passou por transformações e influências diversas. Os americanos foram de Elvis a Michael Jackson e nós rockeiros tupiniquins saímos de Cauby Peixoto e chegamos a Ratos de Porão, passando por Cazuza e Barão!
Já o tradicional samba dos escravos teve sua primeira versão brasileira gravada em 1916 por Donga e Mauro de Almeida, 'Pelo telefone', marcando o início do mercado fonográfico do gênero, passando por Cartola, Assis Valente, e chegando a Arlindo Cruz, Almir Guineto, entre tantos outros grandes mestres do samba!
Universos tão distantes com particularidades tão semelhantes, que tem como principal objetivo manter a história de um povo, traduzindo sentimentos e marcando épocas, mas acima de tudo, trazendo felicidade e unindo pessoas em prol de um objetivo único: a alegria. Alegria esta presente em cada acorde, cada letra, cada refrão, independente do gênero musical, sem ser tendenciosa, mas já o sendo após esta rápida porém muito produtiva e agradável passagem ao mundo do rock. Posso falar com toda certeza que para mim nada se compara ao Meu Samba! Nasci sambista e como sambista mais nova faço minha parte não deixando o samba morrer, não deixando o samba acabar e tendo certeza que ainda tenho muito para sambar!
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Nessa Ratti
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