31 de dezembro de 2009

Brindamos o que passou, pois o melhor está por vir...

Agradecemos a todos os amigos, seguidores e parceiros que estiveram presentes em nossa festa de confraternização, no último dia 18/12. Foi um grande prazer brindar e dividir com cada um de vocês a nossa alegria.



2009 foi um ano muito especial para nós. Ano em que vimos nosso sonho se tornar realidade, vimos a idéia de dividir nossas opiniões e vivências serem abraçadas pelo universo do samba e assim passamos a ser respeitadas e seguidas por pessoas que sequer imaginávamos que sabiam que nós existíamos. Foi uma grata surpresa!



Em 2009 conhecemos grandes sambistas, nos tornamos referência para alguns, fomos odiadas por outros, escrevemos um livro, fomos recebidas carinhosamente nas melhores casas de samba da cidade e conhecemos pessoas especiais através de nosso trabalho.



Levantamos uma bandeira solidária e hoje esta bandeira é erguida por centenas de pessoas. Viemos para mostrar que a mulher pode e faz sim a diferença no mundo do samba. E conseguimos...



Somos mais que uma simples ”pegada” de samba, muito mais que uma “Maria tamborim ou uma patinha do samba”, falamos sim de amor, de sentimentos e aflições, mas falamos de SAMBA, da cultura, dos problemas sociais, das comunidades e dos destinos do samba. Somos a jovem guarda do samba!


Em apenas 10 meses ganhamos nosso espaço!

E prometemos honrar e valorizar esta confiança depositada em nós.


Para o próximo ano temos projetos mais ousados, voaremos mais alto e contamos com todos vocês para que estes projetos se realizem. Mês a mês vocês serão presenteados com novidade. Portanto que venha 2010 pois o melhor ainda está por vir....




Feliz Ano Novo!


Nessa Ratti



Festa realizada em 18/12/09 no Você Vai se Quiser


   Momentos mais que especiais para nós

11 de dezembro de 2009

Um dia de festa para o samba paulista

Sábado 05/12/2009. A chuva deu trégua, parece que sabia que era um dia muito especial: dia de inauguração, dia de comemoração!

Nascia na Zona Leste de São Paulo uma nova casa de samba, na rua da Unicid, reduto de gente bonita, que tem samba correndo nas veias. Fomos para lá movidas pela emoção da amizade e pelo amor ao samba. Atravessamos a cidade, mas valeu a pena.

Ao chegar, ouvíamos o samba fervendo, ainda do lado de fora da bela casa vermelha. O coração batia mais forte, subimos uma longa escada que nos levou a um amplo e bem decorado salão, e logo fomos encontrando figuras conhecidas, e muito queridas, como Nino Miau que assina a direção artística da casa, os sambistas demonstrando a velha humildade se misturavam aos convidados, dando um ar de samba de amigos ao evento.

No palco estavam Timaia e a rapaziada de São Mateus. O samba era de primeira, coisa de bamba, ambiente alegre e aconchegante com as paredes decoradas por planetas, mesas de madeira e chão quadriculado , me remeteram imediatamente aos antigos botecos paulistas. O cardápio é simples e muito saboroso, de preço honesto e que pode ser acompanhado com as melhores e mais geladas cervejas. A casa também conta com salões de sinuca, onde você pode reunir os amigos enquanto escuta um bom samba

Entre beijos, abraços, alegria e muito samba encontramos a galera do Boca da Noite, que comemoravam sem medo de demonstrar a emoção o lançamento de seu 1ºCD. E foi com esta emoção que subiram ao palco, com energia inigualável e levaram o público ao delírio com composições próprias e homenagens ao samba paulista. Juro que me emocionei ao ver o sucesso de um amigo tão querido ser reconhecido ali naquele momento. Esses meninos ainda vão dar muito trabalho ao cenário musical!

Entre um show e outro ainda pudemos apreciar o Mané 7 cordas, numa apresentação impecável, com sambas antigos, numa linha romântica que fazia a música nos abraçar a alma. E foi assim que nasceu o UNIVERSO DO SAMBA, a mais nova casa de samba do Tatuapé e que temos muito orgulho de ter feito parte deste primeiro dia de uma longa trajetória de muito sucesso.

Enquanto isto no centro da metrópole alucinada, acontecia a mais tradicional festa do samba paulista, A Rua do Samba, evento que acontece todos os anos, na Praça Roosevelt, sob a coordenação de Graça Braga. A rua é fechada, um grande palco é montado e o melhor da boemia desfila por lá.
Este ano foi marcado por um susto: por erro da prefeitura de SP o palco não foi montado, e o que poderia ter sido um problema foi na verdade o charme do evento, pois sem nenhuma preocupação dos sambistas, formou–se uma roda ali mesmo no chão. Os músicos foram chegando e grandes intérpretes como Tito Amorim e a Velha Guarda da Camisa Verde e Branco soltaram a voz encantando o público que pôde apreciar tudo de pertinho. A batucada não parou um minuto. Uma corrente de energia tomou conta da Rua do Samba e ali com os pés no chão, o samba escreveu mais uma vez sua história!


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Nessa Ratti

Universo do Samba
Rua Honorio Maia, 185 – Tatuapé
(rua  da UNICID)
(11) 2868-2120/2093-5222
Sábados a partir das 15h



29 de novembro de 2009

Justificativas

Olá, leitores!


Agradecemos muito todo o carinho e presença de vocês no blog! A cada dia mais recebemos elogios e indicações. É por conta de todo esse carinho que estamos escrevendo esse post para nos justificarmos.


Sabemos que estamos em débito com o blog, mas temos novos planos para 2010. Foram muitas reuniões e conferências no MSN para discutirmos o rumo do blog e a melhor forma de mantê-lo atualizado. Estamos desenvolvendo um novo layout e adaptando um logo próprio para o site. Além disso, estamos criando também novos meios de divulgação, além do clássico boca-boca e das redes sociais. Na nova fase do blog, terão alguns canais fixos e estabelecemos prazos para as postagens.


Agradecemos muito todos os convites que recebemos para visitarmos os diversos sambas da cidade. Nossa coordenadora de eventos está organizando um roteiro para visitarmos cada um e fazê-los deles uma referência no nosso blog.


Qualquer dúvida, reclamação, elogio, idéia, sugestão, declaração, surto, homenagem, convite... ou deixe um comentário abaixo ou um recado na página do orkut ou um e-mail para paulistanas.sambistas@gmail.com




Obrigada e aguardem que teremos nova programação em breve! :D

3 de novembro de 2009

Um pouco de nossa História: o Samba!

Recebi este texto via email e decidi dividi-lo com vocês!
Muitos amigos me perguntam sobre a origem do samba e eu não resumiria a história de maneira melhor.


Grande beijo e muito Axé,


Nessa Ratti




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"A palavra Samba derivada do banto semba - umbigada -, gesto coreográfico quase onipresente na expressão corporal dos negros africanos desde a sua introdução forçada no Brasil, veio, a partir do século XIX, designar uma variedade enorme de bailes tradicionais, anteriormente identificados genericamente como batuques. Estes, se, por um lado, realizavam-se com pouca ou nenhuma presença de instrumentos harmônicos, sedimentavam, de outro, a rica linguagem do canto polifônico e a força percussiva dos tambores, marca que acompanha a identidade da música brasileira perante o mundo.




Não é possível, portanto, afirmar que o Samba é baiano, carioca ou de qualquer outro lugar. Ele aparece simultaneamente em vários pontos do Brasil, com variadas formas, porém, mantendo a essencialidade da música praticada pelos africanos. Assim, encontramos o Samba de norte a sul do país, não obstante o termo estar, hoje em dia, ao nível do senso comum, associado estritamente ao contexto carioca, ele mesmo, por força de sua intensa dinâmica criativa, derivado em múltiplas direções. Samba Canção, Marchas e Marchinhas, Samba de Breque, Partido Alto, Samba de Terreiro e Samba Enredo, dentre outras variantes, são produtos da verve sambista fluminense.No Estado de São Paulo ocorre uma modalidade de Samba muito especial denominada, de acordo com a época e a localidade, Samba Antigo, Samba Caipira, Samba Campineiro, Samba de Pirapora, Samba de Terreiro, Samba de Umbigada, Samba Lenço, Samba Paulista, Samba Sertanejo, Batuque, ou, entre seus praticantes, simplesmente Samba. O termo Samba de Roda, mais conhecido e associado a uma modalidade praticada na Bahia, também é utilizado pelos sambistas de Pirapora do Bom Jesus para esta manifestação, que os estudiosos do assunto, por sua vez, preferem denominar Samba Rural ou Samba de Bumbo.Segundo relato de sambistas paulistanos, o Bumbo e as demais características deste Samba específico, como os Bonecões e Cabeções, desapareceram da capital a partir da oficialização do modelo carnavalesco do desfile das Escolas de Samba carioca em 1968. Esse processo havia se iniciado já no século XIX, com a importação dos bailes de máscaras e dos préstitos das Grandes Sociedades Carnavalescas inspiradas nos carnavais europeus não-ibéricos, considerados mais civilizados perante o "bárbaro jogo do entrudo", que aqui se praticava desde tempos coloniais. A importação do padrão carioca continua com a formação dos primeiros Cordões carnavalescos na década de 1910, inspirados por sua vez nos Ranchos, e continua ainda nos anos 1930, com a fundação das primeiras Escolas de Samba. No entanto, até bem pouco tempo, o Samba na cidade de São Paulo esteve intimamente vinculado ao Bumbo, hoje, praticado somente em localidades do interior do Estado como Mauá, Santana de Parnaíba, Vinhedo, Quadra e Pirapora do Bom Jesus.


Inicialmente associado aos cultos de devoção a São Benedito e a outros padroeiros, como São João, os sambistas elegeram como ponto de encontro a cidade de Pirapora, transformada em santuário desde o século XVIII com a descoberta de uma imagem do Bom Jesus às margens do rio Tietê. Os romeiros que afluíam entre os dias 3 e 6 de agosto, todos os anos, eram constituídos, em grande medida, por pessoas negras. A parte "profana” do festejo ficava a cargo do Samba que estes promoviam ao som de Caixas, Chocalhos, Pandeiros, Cuícas e outros instrumentos liderados pelo bumbão, nos barracões onde se alojavam. Havia muita disputa entre os “batalhões” das diferentes cidades, onde os bambas testavam habilidades no improviso, desafiando-se. Com o tempo, avultando-se a festa paralela dos negros, a igreja decidiu interditar os barracões e proibir o cortejo dos cordões carnavalescos que vinham de São Paulo e de outras cidades. Quem se interessa pela história do samba paulista, imediatamente é conduzido à festa do Bom Jesus, reduto onde por pelo menos 50 anos se praticou o que havia de melhor em termos de Samba no Estado, um verdadeiro festival destruído pela igreja e pelo poder público com justificativas de toda ordem, mas, sobretudo, impondo uma moral conservadora e de fundo racista. Tal fato contribuiu para a suspensão deste momento mágico de encontro entre os grupos, que nunca mais ocorreu, empobrecendo a manifestação do Samba de Bumbo como um todo.A pujança da cidade de São Paulo decorrente de sua centralidade na formação da economia cafeeira e depois industrial fez com que muitos negros migrassem das áreas rurais para a capital, trazendo na bagagem a esperança de uma oportunidade de vida melhor e, a reboque, o Samba que praticavam no interior. Até a década de 1930, realizava-se o Samba em todos os redutos negros da capital paulista como o Bexiga, Barra Funda, região do Lavapés/Liberdade, Brás, Mooca e Penha, além dos bairros do Jabaquara e da Saúde. Como foi dito, as personalidades centrais ligadas ao nascimento dos Cordões carnavalescos em São Paulo freqüentavam os barracões de Pirapora, e promoviam sambas do gênero em suas casas e vizinhanças, como Dionísio Barbosa, fundador do cordão e, posteriormente, Escola de Samba Camisa Verde; Geraldo Filme, liderança dos cordões Campos Elíseos e Paulistano da Glória; além de madrinha Eunice, fundadora da primeira Escola de Samba de São Paulo, a Lavapés (1937), e, de Dª Sinhá, do Cordão e, posteriormente, Escola de Samba Vai-Vai. Esses blocos carnavalescos desfilavam sob a cadência da Zabumba, com as mesmas marchas sambadas características do Samba de Bumbo. Os mesmos personagens também conheceram a legendária Tiririca, forma primitiva de Capoeira ou Pernada, praticada ao som do Samba, sendo os golpes desferidos em meio aos passos da dança.


Após alguns anos de aproximação do Carnaval paulista do padrão carioca de festejar Momo, assistimos a uma forte reação dos sambistas locais, que tentam construir espaços alternativos e menos comerciais para a prática da poesia e do ritmo do Samba de terreiro. Iniciativas como as do Samba da Vela, Samba da Laje, Pagode do Cafofo, Nosso Samba, Pagode da Tenda, Choro da Tia, Terreiro Grande, Samba da Tenda, Samba do Baú, dentre outros, além de uma forte ocupação de casas de espetáculo e bares com programação de qualidade elevou em muito o padrão do Samba praticado em São Paulo nesta virada do século. O surgimento de novos compositores e intérpretes reunidos neste projeto só demonstra o que acaba de ser dito".




Autor: Marcelo Manzatti

22 de outubro de 2009

Um Sambista para vida toda


Toda mulher sonha com o parceiro ideal!


E nós sambistas não somos diferentes. Fortes e guerreiras, gostamos de boa música, adoramos o sereno, fazemos parte das rodas de samba, bebemos como gente grande, mas também somos românticas, manhosas e queremos encontrar um sambista para vida toda, rs.

Os malandros são os que chamam a atenção logo no primeiro momento, com sua ginga e chamego conseguem balançar nossas pernas e nos causar arrepios, mas é tudo muito efêmero com eles. O pior é que quanto mais malandro maior a possibilidade de nos apaixonarmos por ele...


Mas independentes de serem malandros ou sambistas natos queremos sim homens que sejam companheiros, cúmplices, amigos, carinhosos e que nos respeitem. Aliás, respeitar é o verbo que deve reger todos os relacionamentos. Portanto, você que quer ter uma mulher ao seu lado, a respeite, se respeite e claro, respeite o Samba! O desrespeito à mulher, fonte maior de inspiração do samba e força maior de todos os terreiros, é simplesmente coisa de Zé Ruela.


Resumindo: tem que gostar de Samba! Os malandros têm grandes chances, mas podem se dar muito mal se exagerarem na malandragem e esquecerem o respeito. Se nos respeitarem e tocarem, melhor ainda; se nos respeitarem, tocarem e cantarem, este é o cara pra casar!


Mas é tão difícil saber se encontramos o sambista certo.


Experimentamos, saímos, ficamos sem compromisso, anunciamos ao mundo que não acreditamos mais no amor e que realmente não nascemos para isso, deixamos claro que nossa única paixão é o samba então em uma roda qualquer onde fomos lavar a alma, ou apenas apreciar uma boa música, lá está ele, te olhando quietinho na roda tocando seu cavaco, com um sorriso que só ele tem, uma felicidade digna de uma criança transborda dos olhos dele a cada música tocada ou cantada, e você ali observa tudo, o admira, mas fiel e convicta de que a solidão é seu caminho não dá muita importância.


Ao término da roda, você está com as amigas e nem se lembra mais daquele sambista incrível que você admirou há minutos atrás, mas ele que parecia em transe com a música e que nem reparou que estava sendo observado, se lembrou de você, e está ali do seu lado, sorrindo e brincando como se te conhecesse há anos. As amigas cúmplices daquela maldita energia amorosa somem quase que por encanto e ainda são capazes de pedir para que ele cuide de você!


Começou o processo de envolvimento...

Sorrisos e brincadeiras, os telefones são trocados e claro na hora de se despedir um clima de beijar ou não beijar e o beijo roubado por ele... Vamos ser honestas, foi na verdade desejado e oferecido por você.


Pronto, você já tem um sambista apaixonante na sua vida. A partir daí as histórias não mudam muito, telefonemas, encontros depois da roda de samba, a saudade crescendo a cada dia, seu mundo sendo invadido por felicidade. Geralmente os sambistas são muito sinceros cometem verdadeiros sinsericídios, o que nos quebra e faz sermos mais pacientes com eles, afinal ele errou e contou. Tudo parece música em nossas vidas, até as pisadas de bola deles acabam nos divertindo. Porém tanta verdade uma hora pode causar uma reviravolta nesse conto de fadas, e numa noite qualquer depois de uma roda de samba sensacional ele te conta que encontrou a ex e esta mexido, ou que ficou com uma fã mas que não teve importância, ou pior ainda que a mãe do filho dele que nunca mais olhou para cara dele apareceu e precisa de ajuda.


Seu mundo cai! E você pela primeira vez pensa:

Porque ele não mentiu pra mim? Porque não me enganou?

Como lidar com tanta honestidade, num território onde vale tudo: o Amor. Mas os sambistas são assim, falam a verdade. Ai fica minha pergunta:


Porque falam a verdade?

Para deixar a responsabilidade nas nossas mãos? Não, eles são donos de suas próprias vidas não precisam disto.

Porque são bonzinhos? Nunca! São sangue bom sim, mas são Malandros assumidos também.


Às vezes penso que contam pois faz parte da vida de cada sambista, pois só com este choque emocional, este sofrimento causado por eles podem surgir as letras incríveis que são eternizadas na voz de grandes intérpretes.


Nós que nem podíamos pensar em ver esse amor terminar temos que encarar a parada de frente. Mas já falei somos guerreiras, filhas de Iansã, de Iemanjá, da Oxum, temos a Moça Bonita a nos proteger.


Uma Iansã não perde seu Ogum a não ser que encontre seu Xangô, corremos para o candomblé, pedimos proteção, batemos cabeça, firmamos ponto, mas sem feitiço, sem nome na macumba, algumas colocam, mas acabam como no samba Feitiço da Judite chorando porque o feitiço acabou. O sambista pra vida toda não precisa disto, ele vem sozinho, ele quer tanto quanto nós.


A partir daí cada história tem um final, Nós sempre torcemos pelo “Foram Felizes Para Sempre”, mas até chegar lá muitas rodas de samba serão palco de brigas, lágrimas, reconciliações, olhares que se cruzam entre uma música e outra, mais olhares com olhos de promessas, sorrisos que negam os olhares de promessas, os beijos de amor são trocados por carinhosos e quentes, beijos de “amizade” e eles que eram presentes em nossas vidas somem, reaparecem, são capazes de na maior cara de pau ao reaparecer cantar "Algemas" pra você como se a dor que estivéssemos sentindo não fosse causada por ele mesmo. Sem dizer nos telefonemas que invertem a situação e dizem que você sumiu! Sambista safado! A gente até pára pra pensar se realmente magoada não se afastou mesmo...



O pior de tudo não é perder nosso sambista, o pior é que se o Samba é Nosso, é o nosso terreiro, e Ele toca no Nosso Samba, é inevitável o reencontro. Estamos tristes e abatidas e a única salvação é lavar a alma no samba, mas vamos lavar a alma com ele cantando ou tocando ou pelo menos sambando do nosso lado... Dai cabe ao destino fazer com que este reencontro aproxime e apague a dor vivida, ou aumente a dor e o distanciamento. Mas uma regra é clara: nem eles nem nós abandonamos o samba!


Eles são casados com o samba e têm como amantes oficiais a música, isso é fato!

Mas é fato também que se você realmente encontrou o seu sambista pra casar, não tem roda de samba, show importante, vida atribulada, ex namorada, filho, ou invasão de alienígenas que impeçam vocês dois de ficar juntos, e se Ele, o seu sambista, usar qualquer uma destas desculpas, não fique de bobeira, não pague pra ver, dá linha malandra que este malandro não é o seu...


***


Nessa Ratti e Pamela Addolorata

1 de outubro de 2009

Vou continuar sambando sim, Senhor!


Eu, sambista assumida de corpo e alma, que tenho Ogum como meu protetor e Iansã para guiar meus caminhos, me aventurei pelo mundo do rock nos últimos meses!


Gosto de boa música, de bons músicos e claro, o universo do rock realmente nos oferece isto de bom grado. Claro que assim como no samba, que nem tudo que faz o cavaco chorar é samba e pode ser um “pagodinho” ui, no rock nem tudo que faz a guitarra vibrar é rock e pode ser um “emozinho” ui. Nada contra o Skank ou o Jota Quest, mas que fique claro que estou falando de Led Zeppelin, Queen, Guns e Scorpions. Claro sem esquecer Pink Floyd, Ramones e os nacionais como Paralamas, Barão e Legião.


Descobri universos muito diferentes, mas cheios de semelhanças!


Onde os seguidores são muitos, mas os conhecedores são poucos. De gosto musical apurado os rockeiros fiéis têm em sua maioria mais de 30 e reúnem-se de maneira discreta, em locais aconchegantes, onde o bom rock pode ser apreciado regado a muita tequila e whisky 18 anos, bem diferente do samba onde tudo acaba em chopp, cerveja e caipirinha e que qualquer mesa de bar, quebrada da comunidade, garagem ou grande casa de show podem dar início a uma boa roda de samba!


Os apreciadores então, difícil definir: das crianças aos velhos, o samba corre nas veias e os grandes mestres do samba morrem velhinhos pedindo ao sambista mais novo que não deixem o samba morrer, enquanto os grandes nomes do rock morreram de maneira trágica, de overdose ou pararam no auge de suas carreiras com um super cd de encerramento edição limitada para poucos colecionadores comprarem e com isso viraram lendas vivas. (Pasmem: paga-se milhões por um desses cds)


Outro ponto muito interessante de se avaliar/apreciar são as mulheres! Lindas em sua essência, belas cada qual a sua forma, as rockeiras mostram a maturidade da idade e as marcas do tempo na pele muitas vezes maltratadas pelo álcool, cigarro e noitadas. As mais jovens carregam na maquilagem para parecer mais velhas. Olhos! Os olhos sempre pintados de preto trazem a intensidade de muito sentimento e são o espelho da alma dessas mulheres fortes e piradas que dançam quase que em transe diante das bandas, balançando longos cabelos (em sua maioria negros ou ruivos) e de maneira sensual entram na viagem musical dos bateristas e baixistas que neste momento sequer percebem que em sua frente existe uma bela mulher que fora levada quase que ao transe por sua música.


Já no samba a mulher é a fonte de inspiração máxima. Lindas e muito bem tratadas, as mulatas capricham no visual se entregam a roda de samba sabendo que estão ali para inspirar cada músico e cada nota musical. Na grande maioria louras e negras, dominam o samba e os sambistas. Nada acontece sem elas: mulheres fortes e guerreiras, donas de casa e esposas devotadas viram princesas, são coroadas rainhas no terreiro onde rola o Seu samba!


Diferenças à parte, não há como negar que estes são os únicos gêneros musicais que resistem ao tempo e perduram como cultura, respeitando a música em sua integralidade, fazendo com que seus verdadeiros apreciadores tenham bagagem musical, entendam a história das composições e que acima de tudo entendam de música. Claro que toda regra tem sua excessão. Pois assim como no samba, temos os manés que vão ao samba sem saber a diferença entre o grupo Pixote e Monarco, temos também no rock os babacas que vão a um concerto sem saber a diferença entre KLB e Queen. Mas os rockeiros de verdade esses sim conhecem a boa banda pela afinação do baixo ou pela forma que o baterista marca suas batidas, músicos que tem prazer em ouvir um bom clássico e respeitam a banda que toca na noite, por prazer ou como ganha pão assim como os malandros e boêmios respeitam os sambistas, que fazem a diferença em cada acorde do banjo, do cavaco e do violão.


O rock, com clássica e notória influência americana, foi difundido no Brasil na década de 40 por Nora Ney e, acreditem, o primeiro rock gravado no Brasil foi 'Rock and Roll' em Copacabana de Cauby Peixoto! É surpreendente estudar a cultura e a história de um gênero musical. Por este exemplo nem preciso dizer o quanto o rock passou por transformações e influências diversas. Os americanos foram de Elvis a Michael Jackson e nós rockeiros tupiniquins saímos de Cauby Peixoto e chegamos a Ratos de Porão, passando por Cazuza e Barão!


Já o tradicional samba dos escravos teve sua primeira versão brasileira gravada em 1916 por Donga e Mauro de Almeida, 'Pelo telefone', marcando o início do mercado fonográfico do gênero, passando por Cartola, Assis Valente, e chegando a Arlindo Cruz, Almir Guineto, entre tantos outros grandes mestres do samba!


Universos tão distantes com particularidades tão semelhantes, que tem como principal objetivo manter a história de um povo, traduzindo sentimentos e marcando épocas, mas acima de tudo, trazendo felicidade e unindo pessoas em prol de um objetivo único: a alegria. Alegria esta presente em cada acorde, cada letra, cada refrão, independente do gênero musical, sem ser tendenciosa, mas já o sendo após esta rápida porém muito produtiva e agradável passagem ao mundo do rock. Posso falar com toda certeza que para mim nada se compara ao Meu Samba! Nasci sambista e como sambista mais nova faço minha parte não deixando o samba morrer, não deixando o samba acabar e tendo certeza que ainda tenho muito para sambar!


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Nessa Ratti

7 de julho de 2009

Sambando a dor de amar

"Amar como eu te amei ninguém jamais amará/Chorar tão pouco alguém chorou como eu chorei/Não sei, eu não sei/Por quanto tempo a dor irá perdurar no peito meu"

Quem nunca cantou esta musica com lágrimas nos olhos que atire a primeira pedra. Roberto Ribeiro leu a alma de cada cabrocha apaixonada, cada malandro que se deixou levar pela magia do amor e que em algum momento o perdeu para vida. E não existe melhor lugar para lavar a alma depois de um amor perdido que uma boa roda de samba.


Eu, com toda convicção, responderia a pergunta: "Por quanto tempo a dor irá perdurar?" com a resposta: por quanto tempo, nunca saberemos dizer, mas lembre-se que uma boa roda de samba ameniza a dor de um amor mal resolvido! Portanto, entregue-se a uma boa roda de samba. SE JOGUE na roda se necessário.


O coração apaixonado sonha demais, mas a realidade nos traz coisas nunca sonhadas. E ninguém melhor que o sambista para penetrar na alma de um apaixonado e trazê-lo de volta a esta realidade.


O sambista ao falar de amor usa palavras doces para bater forte, tão forte que uma única estrofe pode abalar os alicerces emocionais das poderosas mulheres do samba e até mesmo do malandro abusado. Nem os talaricos com toda sua malícia escapam do poder de um sambista. Palavra certa das horas incertas podem mudar nossas vidas.


Acredito que até hoje ninguém amou mais que Francisca Edwirges Neves Gonzaga - ou simplesmente Chiquinha Gonzaga: exemplo de Amor e dedicação, que em pleno século XIX abriu mão de tudo pelo amor!


Deixou os pais, o marido, os filhos; a religião; quebrou barreiras; lutou por aquilo que acreditava. Tudo isso em uma época em que a mulher era um ser inferiorizado e que devia respeito absoluto ao homem, fosse ele pai, marido ou sacerdote.


E tudo isso em nome do Amor! Queria ser feliz! Queria amar e ser amada! O mais incrível é que em meio a suas operetas populares, modinhas e choro ela abriu mão de seu grande amor, pai de sua filha, homem da noite, do mundo, malandro nato a quem se entregou deixando para traz sua família, marido, sociedade e reputação.


E fez isto por amor! Amor?


Ele não sabia que ao dar forças para ela e ao fazê-la abandonar tudo por ele e a incentivá-la a viver de sua música, nascia uma mulher revolucionária e forte e que não exitou em abandoná-lo em nome de sue verdadeiro amor: a música! o samba!


Acho que geneticamente nós mulheres sambistas temos o DNA de Chiquinha e a cada história de Amor, revivemos e reinventamos um pouco desse Amor vivido por ela.


Piramos, choramos, cantamos, bebemos, sambamos...


Quem depois de perder um amor não se entregou ao samba, tomou um porre, chorou?


Jurou odiá-lo para sempre. Jurou nunca mais amar ninguém. E ao som de um bom samba, amou novamente!


Muitas vezes, vamos à roda de samba para lavar a alma, jurando nunca mais amar e tendo toda a esperança que mais uma vez o samba irá nos resgatar e que as palavras do poeta serão uma oração em nossas vidas e libertando assim das algemas da solidão, levando essa dor de mim. Me perdoem o trocadilho, mas não tenho como falar do verdadeiro amor e das dores por ele provocadas sem parodiar nosso mestre Roberto Ribeiro.


Toda roda tem sua magia, seu encanto, mas algumas são marcadas por uma emoção especial. Quando todos aqueles solteiros e solitários teriam motivos para estarem tristes ou entregues à solidão, eles estavam ali radiantes, felizes, unidos pela força do samba. As pessoas estavam iluminadas: uma aura de alegria estava no ar! O amor de Chiquinha estava ali...


Toda tristeza é levada ao primeiro acorde do cavaco e o único nó na garganta que temos é ao ouvir a emoção do sambista ao interpretar “Tendência” de Ivone Lara. Independente de estado civil, de estar acompanhadas ou não, o samba nos une e ali encontramos pessoas apaixonadas. Amando sim, amando o samba: um amor maior que cura todas as feridas.


Voltando mais uma vez à música de nosso mestre maior: “Enfim eu cheguei a conclusão/Que não se deve entregar o coração/A quem não sabe o preço de um grande amor/E desconhece o sabor de uma dor de amar”. E ninguém melhor que as sambistas e os malandros para saberem exatamente o que é a dor de amar!


Elas amando, eles se fazendo amar - não que os malandros não amem, mas seus parâmetros e sua entrega são outros. Ambos buscando pela felicidade nos encontros e desencontros que nem os orixás poderiam explicar, mas que os sambistas sabem transformar em poesia - poesias musicadas que ao serem interpretadas trazem toda emoção do poeta aos olhos de quem as ouve; poesias que provam que quando o amor é muito grande ele transborda pelos olhos de quem ama.


Dor que todos dizemos nunca mais querer passar, mas que não sabemos viver sem; dor inspiradora; dor que move o coração; dor que nos dá coragem para continuar mesmo dizendo que vamos desistir de tudo; dor da alma que só o sambista sabe decifrar.


A roda de samba é o melhor lugar para se amar, para se recuperar de um amor perdido, para refletir sobre um amor complicado, para conhecer um novo amor, para chorar as dores do amor, para ser feliz!


Amando, sendo amado, cantando e, acima de tudo, celebrando a vida e toda alegria que só a roda de samba pode proporcionar.


Salve Chiqunha Gonzaga que nos ensinou o que é o Amor e que nos ensina ao passar dos séculos que amar vale sim a pena e que a entrega é fundamental, mas que o sofrimento é opcional, afinal amamos de forma plena, nos entregamos totalmente, sustentamos enquanto podemos e quando não agüentamos e perdemos... sambamos!

11 de fevereiro de 2009

Se não vai me levar aos Céus, nem me tire do Chão!

É isso mesmo! Meu chão é sagrado, pois é nele que eu sambo e lavo a alma. 


O samba para nós mulheres é tão importante quanto para os homens. Samba para nós não é um lugar onde rola uma “pegada” (odiamos esse termo que menospreza tanto os sentimentos humanos - mas esse é assunto para outro texto). Não vamos ao samba para isso. Somos mulheres fortes, felizes, sambistas, senhoras de si, curtimos o samba, as amizades, respeitamos o terreiro onde pisamos. Para nós, samba é Raça, é Raiz, é Tradição, é Cultura e, acima de tudo, é Respeito!


Quem disse que mulher não entende de samba?


Certa vez em um encontro, ouvi de um Malandro, um sambista com quem eu saia: -Você gosta mesmo de Roberto Ribeiro? É difícil mulher conhecer, que dirá gostar!” Fiquei perplexa! Que me desculpe este Malandro, mas tenho que alertá-lo: não é difícil mulher gostar de Roberto Ribeiro, nem de Cartola ou João Nogueira. Nós, mulheres sambistas, gostamos sim e entendemos muito de samba, sabemos avaliar uma boa percussão, um repique perfeito, o choro do cavaco, o bom samba, amamos samba de “entidade”, samba antigo feito com o coração marcado na caixinha de fósforo e que teve como testemunha da composição um terno de linho branco e o chapéu panamá.
E digo mais a este Malandro: ele tem saído com as patas do samba e não com mulheres sambistas. Nós não gostamos de samba para agradar os homens, mas sim a nossa alma!


As patas do samba, essas sim ficam na volta do palco, chocando o surdo, o tãm tãm, o pandeiro esperando uma sobrinha pra elas, sambam como ninguém, mas nem reparam o som que ouvem, só reparam se o carinha da banda é gato, reduzem o sambista, o músico competente ao “carinha”! Essas, com toda certeza, nunca ouviram falar de Zé Keti ou Jamelão. Estas sim estão ali pela pegada e não pelo samba, mas não julgamos no samba tem espaço para todas, só queremos deixar claro a diferente proposta de cada uma.


Samba é sim lugar de mulher! Sem nós mulheres, o samba não existiria. Somos musas, fonte de inspiração, somos o esteio do sambista nas horas difíceis. Somos as Tias do samba que cediam seus terreiros para roda de samba acontecer, que faziam a feijoada para o sambista ter força e fazer a roda entrar madrugada a dentro, que como Tia Ciata ou Tia Eulália dedicaram a vida ao samba e a seus sambistas!




Nas escola de samba, somos a madrinha da bateria que faz a comunidade chorar de emoção, somos a porta bandeira que carrega o pavilhão da escola com o mesmo amor que carrega um filho no ventre!


Homens, é hora de olhar o cenário do samba de maneira mais ampla e enxergar Beth Carvalho, Alcione, Leci Brandão, Graça Braga, Ivone Lara, Maria Rita, entre tantas outras mulheres que, além de sambistas, grandes intérpretes e compositoras, são DIVAS: mães, esposas, amantes, sambistas... e simplesmente mulheres. Exemplos de amor ao samba!


Todas nós somos um pouco Clara Guerreira. Mexam com nosso samba, mas esperem a trovoada!


Quando vamos a roda de samba queremos samba!


Claro que paqueramos, ficamos, bebemos, vivemos grandes amores, beijamos caras errados, vivemos o samba intensamente, mas nosso objetivo ali é o samba de qualidade.


Por isso dizemos: “se não for me levar aos céus nem me tire do chão!”


No chão eu sambo; meu terreiro é sagrado; Meu Samba lava a minha alma, me dá forças para continuar, na luta e na batalha diária.


O samba resgata a alma da gente, pois o sambista fala com o coração e nós assim como os poetas nos deixamos levar por esta magia e acreditamos sim que nós mulheres vamos ao samba e fazemos a diferença. Portanto, abram espaço nas rodas de samba. Pedimos licença, pois estamos chegando!


Salve a mulher Brasileira, cheia de charme, cheia de ginga e com muita malícia que veio ao samba mostrar do que é capaz!




Nessa Ratti


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Nossos agradecimentos a Araceli Auletta e a Marisa Santana, sambistas que fazem a diferença no samba e em nossas vidas e que colaboraram para esta matéria.

2 de fevereiro de 2009

Malandro é Malandro e Mané é Mané

Peço Licença ao Grande Bezerra para falar dos Malandros e dos Manés das rodas de samba vistos por nós, mulheres do samba.


Malandro na roda de samba é o cara que sabe o que quer, que antes de qualquer coisa AMA o samba acima de tudo, até mesmo acima de nós mulheres.


Malandro é aquele cara que mente pra você, te enrola o tempo todo, sabe dar desculpas como ninguém, e mesmo assim, você torce para ele estar na roda de samba quando você chegar, finge que acredita nas desculpas dele e ainda fala pras suas amigas “COM ESSE EU CASO!!!”


Malandro é o cara que vai para roda de samba pelo samba e pelos amigos. Mulheres??? Mulheres são detalhes, detalhes muito bem vindos, mas detalhes.


Nem todo gostoso é Malandro, mas todo Malandro é gostoso. Nem sempre é bonito, mas é gostoso!


Malandro é o cara que te liga às 2h da manhã e diz: “-Tô na sua porta. Vai descer ou subo pra conhecer a família?” E claro que você em pânico desce, pois sabe que ele é capaz sim de subir e conhecer a família. Você tem uma noite incrível e depois ele some por no mínimo 15 dias.


Malandro é o cara que invade o “seu samba”, te trata como uma princesa, saca que você curte tudo que envolve cultura e te convida para um cineminha depois do samba e te leva direto para o motel. E mesmo você NÃO cedendo aos encantos dele, ele não desiste de você.


Malandro é aquele que depois de sumir por 15 dias te liga e diz que VOCÊ sumiu, que não cuida dele e que ELE está com saudade.


Malandro, mas Malandro mesmo, é o cara que te protege de uma situação chata no samba e fica abraçadinho com você, só te acalmando, fazendo carinho, dando colo, não tenta nada. Mas faz você pensar nele a semana inteira, te deixa louca, subindo pelas paredes cada vez que você lembra daquele abraço, daquele encaixe perfeito. Ai você me diz: “-Mas ele não fez nada!” E eu te respondo: “-Malandro filho da p..., devia ter feito!”


E tem o Mané. Bem, o Mané vai ao samba atrás de mulher, muitas vezes nem sabe a diferença entre samba e, ui, pagode! Sempre louco pra se dar bem: se ele tem um amigo Malandro então! É na aba deste amigo que ele vai, ou melhor, tenta ir.


O Mané normalmente dança bem, usa a dança para atrair a mulherada, mas depois de duas músicas seu lado Mané fala mais alto!


Mané que é Mané não perde a oportunidade de ser Mané, desagradável, deselegante,inconveniente: simplesmente um Mané!


O Mané também vai pra sua casa às 2h da manhã, mas só depois de você acabar com ele pelo telefone ou MSN (Mané adora MSN). O Mané também liga quando chega: liga a cobrar!


Assim que chega ele deixa claro que não pode se envolver, que tem medo do que vai acontecer e que tudo está nas suas mãos. Enfim cria um clima perfeito para uma grande noite! Vale lembrar que ELE está tentando ficar com você há pelo menos 2 meses. Esse é o Mané que pensa que é Malandro.


E pior ele dá armas para as suas amigas te convencerem que a pegada dele é boa, mas não é a única e que é hora de você arrumar um Malandro!


Mané é o cara que te encontra depois de muito tempo na roda de samba meio alegre, soltinha e te convida pra cozinhar na casa dele (Mané gordinho). Você no auge de sua alegria diz que sim e ele diz que vai te ligar pra combinar. “-Céus que Mané!”


Mane é o cara que você convida para roda de samba e ele nunca dá certeza se vai mas jura que vai fazer o tudo para ir... ou é ou não é Mané!


Mané é a criatura que foi, investiu, seduziu e te ganhou. Ai fala pelos 4 cantos que “Pega, mas não se apega”. Você entra no jogo e sai com outro, afinal o Mané deixou claro que é só curtição. E ele fica bravinho, com ciúmes. E ai, Mané, que parte de pega, mas não se apega VOCÊ falou e não entendeu?


Enfim Malandro é Malandro e Mané é Mané.


A diferença fundamental para nós mulheres sambistas? Malandro é Malandro e Malandro a gente quer. Enquanto o Mané... é Mané!!!


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Nessa Ratti